jueves, 18 de julio de 2019

Venezuela: uma guerra contra a classe operária - parte 1


A crise econômica

A crise capitalista na Venezuela alcançou níveis praticamente intoleráveis para as massas. De acordo com o recente relatório do Banco Central de Venezuela, o primeiro após três anos de tê-lo suspendido, entre o primeiro trimestre de 2013 e o terceiro de 2018, o PIB retrocedeu ao nível de 1999. O sistema financeiro sofreu contração de 70%, a produção de petróleo 43%, a indústria manufatureira 76%, a construção civil 95% e o comércio 79%. As importações e as exportações caíram 65 em relação a 2012.
A inflação oficial de 2018 teria sido de 130 mil %, 150 vezes mais alta que a de 2017 e 400 vezes maior que a projetada pelo governo. No acumulado de agosto de 2018 a maio de 2019, a taxa de câmbio do bolívar ao dólar aumentou em 17.519% enquanto a inflação teria aumentado 28.403%. Entre os meses de agosto de 2018 e maio de 2019, o BCV reduziu o circulante em bolívares em 67%, o que levou a que o dinheiro vivo seja vendido por aproximadamente 20% a mais do valor. Os produtos são mais baratos quando se paga em dinheiro. A inflação se reduziu a partir de fevereiro, mas o consumo entrou em colapso enquanto a economia informal disparou.
A produção de petróleo caiu estrepitosamente, principalmente após o ataque contra a Central Hidrelétrica de Guri. De 2.743.000 milhões diários de barris de petróleo em dezembro de 2012, a Venezuela passou a produzir 1.050.000 no início deste ano e 650 mil barris em abril.
A dívida pública soma US$ 175 bilhões ao que devem ser somados processos de arbitragem das empresas atingidas pelos governos chavistas e que deve totalizar dezenas de bilhões de dólares. Os serviços públicos são praticamente de graça; com US$ 1 se compram 80 milhões de litros de gasolina ou 200 passagens no Metrô. Mas a política do governo para conter a inflação galopante foi a típica política monetarista de reduzir o circulante até as últimas. Simplesmente não há dinheiro no mercado. Os venezuelanos são obrigados, para retirar de 10 a 30 mil bolívares diários dos bancos (8000 bolívares = US$ 1), a enfrentar longas filas.

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